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quinta-feira, março 28, 2024

Mas afinal, o que é Global Mobility?

Comum no meio corporativo, o termo Global Mobility se refere à movimentação de pessoas pelo mundo, entre empresas. E assim como as migrações, é um processo rico e complexo

Por Danyel André Margarido

Muito provavelmente você já se deparou com essa expressão: Global Mobility — ou Mobilidade Global, ou ainda simplesmente “GM”. Trata-se da movimentação de pessoas pelo mundo. Ou melhor, é como a migração se manifesta em ambientes mais corporativos.

Normalmente Global Mobility é um departamento que fica alocado no RH de muitas empresas. Algumas outras o alocam no Jurídico, ou mesmo em Facilities.

Entretanto, Global Mobility não se trata somente da movimentação laboral, de um profissional de uma empresa brasileira para a sede da empresa, no exterior, ou de um profissional de outro país para o Brasil.

Afinal, há ainda a possibilidade de movimentar dependentes desse profissional que não trabalham, e até mesmo pets, cada vez mais comuns em processos de expatriação.

Vale lembrar que “expatriação” nada mais é que um processo de migração, apesar do nome aparentemente pomposo.

O que incide em uma expatriação?

A questão da expatriação envolve várias frentes, estando entre elas:

  • Imigração, focando nos vistos e autorizações imigratórias que são necessárias, em todas os cenários de trabalho, residência e família; 
  • Relocation, que visa a acomodação do expatriado e dependentes, provendo soluções na busca de uma casa, de negociação de aluguéis, de opções de lazer, e de todo o alcochoamento da vida do expatriado [que nada mais é que um imigrante, vale ressaltar] no novo país; 
  • Tax, algo tão complicado em nosso próprio país que, dependendo do tipo da expatriação [migração], podem haver impactos tributários em dois países diferentes; 
  • Shipment, a transferência segura dos bens do expatriado e de sua família entre países – o que pode ser um tema sensível para muitas pessoas;
  • Treinamentos Linguístico e Cultural, sendo que este último deve ser destacado, pois ir para um país à turismo é bem diferente de viver e trabalhar nele;
  • Folha de Pagamentos e Demais Benefícios, que passam a ser feitos em “duas ou mais línguas“, uma vez que pode haver a possibilidade de manter o expatriado na folha local, além de contratá-lo no exterior.

Como costumo dizer, “Global Mobility é sobre pessoas conquistando o mundo!”

Confusões comuns

A palavra Mobility, ou Mobilidade, no entanto, ainda confunde muitas pessoas. Não que seja uma palavra de difícil compreensão, mas por ser associada, normalmente, a duas possibilidades:

  1. Mobilidade Urbana, ou seja, as  pessoas poderem se locomover entre as diferentes zonas de uma cidade, seja por carros ou por meios de transporte público, incluindo aí os patinetes;
  2. Mobilidade Digital, que é é a capacidade de dinamização de tarefas do cotidiano por meio de celulares, tablets, notebooks e demais dispositivos integrados à Internet.

Por mais que a confusão ocorra (eu já fui procurado para arrumar um celular, em uma dos projetos que liderei), podemos nos inspirar para alguns insights dessas duas áreas.

Como na Mobilidade Urbana, o departamento de Global Mobility tem de pensar nas mais variadas (e baratas!) formas de fazer a movimentação “rodar” de um país a outro. É uma jornada, com vários buracos, acidentes, entraves, ruas sem saída.

O GM tem de se antecipar, e saber onde o expatriado pode ter problemas, solucionando-os antes que aconteçam. O take away? Conhecer os passos que o expatriado e seus dependentes fazem, garantindo a mobilidade.

Já na Mobilidade Digital, podemos ter o insight da conectividade. Não somente sobre estar sempre conectado na internet, pronto para responder emails. Mas sobre estar conectado com o expatriado, ou melhor, com a pessoa (e sua família) que está em movimento. Ouvir suas dores, e oferecer soluções individuais – não só repetir o que está na política da empresa.

O Global Mobility está crescendo no Brasil, e, com isso, novas habilidades são requeridas, tanto dos Advisors, que fazem o GM estar conectado e rodando, quanto dos Expatriados, para entender a estratégia de suas empresas quando iniciam o processo de expatriação, aproveitando o melhor dessa jornada.

Sobre o autor

Danyel Andre Margarido possui mais de dez anos de experiência em Mobilidade Global e Expatriados, atuando como consultor de Global Mobility na EMDOC, e fundador da Altiore Experience; já realizou a movimentação de mais de 2000 famílias pelo mundo. É formado em Relações Internacionais pela UniFMU, com especialização em Direito Internacional pela Escola Paulista de Direito, MBA em Recursos Humanos, pela Anhembi Morumbi, e um mestrado profissional em Recursos Humanos Internacionais, pela Rome Business School.

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